20/05/2011

8 QUADROS 8 ANOS

 Fragmento de uma obra de Olga Santos
Fragmento de uma obra de José Rosinhas


8 QUADROS 8 ANOS

Celebrar uma amizade, ou uma relação profissional é algo estreitamente difícil sem cair no estereótipo da celebração com festa e bebidas.

Assim, pensou-se juntar telas, tintas e muita dedicação para conceber uma exposição intitulada “8 Quadros 8 Anos”.

Conhecemo-nos em 2003, na Galeria Mónica Pereira, eu enquanto artista plástico convidado a expor e a Olga Santos como responsável pelo espaço arquitectónico.

Passado algum tempo…

Em 2007, fui contactado pela Olga para expor no espaço da mesma que tinha aberto ao público em 2005, sito na Praça da República, e designado por Olga Santos galeria. Dessa conversa ficou apontado uma exposição individual para Fevereiro de 2008.

A partir de 2008 houve uma convivência mais assídua e criou-se de imediato uma cumplicidade entre ambos, uma entre ajuda numa luta artística e de uma procura de trabalhos com uma linguagem contemporânea e autêntica.

Enquanto Programador da galeria, sinto diariamente um desafio de actualização e confirmação de vários saberes, o Ser e o Fazer. Criar uma programação credível junto de um público cada vez mais exigente, e informado é um estímulo cultural.

Para a exposição apresentada foi considerado criar poucas obras em tela para as mesmas poderem dialogar com o público activo que visita a galeria.

A linguagem plástica da Olga Santos, fruto de uma pesquisa das suas raízes de mulher portuguesa e de um trabalho “manual” revelam uma mulher artista, poeta com uma paleta de cores vivas e fieis ao seu imaginário. Manchas de cores vivas, e espontâneas despertam a nossa atenção para um mundo intimista e verdadeiro da artista. Apresentam-se pinturas de grandes e pequenas dimensões que obrigam o espectador a afastar e aproximar o seu corpo dessa obra viva, que emociona e convida a uma introspecção e a um olhar voyeur.

As obras que apresento de minha autoria, reflectem um amadurecimento e uma simplificação de elementos plásticos. Constata-se a existência constante de um elemento da gramática visual – a linha.

A Linha que me acompanha na concepção dos meus textos, das minhas palavras, dos meus diálogos comigo próprio e com o público.
A Linha que desenha formas, e desejos impulsivos de comunicação.
A Linha como marca do riscar.
A linha que concebeu o suporte dos trabalhos (seda selvagem).
A Linha por si própria.

Pela primeira vez, tenho pouco que escrever e mais a comunicar. Se o menos é mais, aqui funciona na perfeição.

Mais nada a escrever…

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